BLOG

Meu familiar foi diagnosticado com Alzheimer: e agora?!

Meu familiar foi diagnosticado com Alzheimer: e agora?!

Compartilhe este post

Num dia a pessoa não se lembra onde colocou os óculos, de repente apresenta uma alteração no comportamento, ficando mais irritadiça ou depressiva, tem dificuldades para lembrar o caminho de casa e tomar decisões mais elaboradas e perde o interesse nos passatempos que antes eram fontes de prazer. O diagnóstico? Doença de Alzheimer.

Receber a notícia de que alguém da família está com Alzheimer é sempre um baque. O medo e a sensação de estar perdido no meio do deserto são avassaladores e mexem com as emoções de toda a família próxima. Entre um esquecimento e outro, é preciso repetir a mesma explicação muitas vezes, lidar com os movimentos mais lentos do cérebro daquela pessoa que até outro dia fazia tudo com agilidade e outras situações que minam a qualidade dos relacionamentos.

Filhos, netos, sobrinhos – não importa quem esteja lidando mais de perto com o paciente – todos são afetados pela doença, que é mesmo um desafio e provoca medo. Por mais difícil que seja, é preciso manter a calma e buscar se informar sobre as fases por que passa uma pessoa acometida por essa doença degenerativa que começa pela falha de memória e vai comprometendo progressivamente as atividades cotidianas.

Quando os cuidadores diretos sabem o que os espera, a jornada fica mais leve e a tolerância para os comportamentos desafiadores do paciente aumenta. De acordo com a enfermeira visitadora da Mais Cuidar, que é especialista em saúde mental e assistência domiciliar, Hayra Albuquerque, o maior desafio é aceitar a nova realidade. “São muitos os desafios, mas acredito que entender que nada será como antes e que a pessoa não é mais a mesma, que a doença evolui rápido e amanhã ela já não lembrará o que lembra hoje seja o maior deles”.

Cuidar de uma pessoa que sofre com essa doença não é uma tarefa simples, muitas vezes é necessária uma ajuda especializada por meio da contratação de cuidadores de idosos, mas separamos algumas dicas que podem ajudar na lida diária com o paciente.

Adaptações na casa

Por ser uma doença que, a princípio, não compromete os movimentos as famílias podem não se atentar para a necessidade de adaptar a casa para garantir a qualidade de vida do paciente.  Não é preciso muito investimento para fazer as adaptações necessárias.

É importante ter em mente que assim como para a família, para o paciente também não é fácil aceitar as próprias limitações impostas pela doença, então, tudo que puder facilitar a vida dele e garantir o máximo de autonomia possível é fundamental para amenizar o sofrimento.

Mudanças simples já fazem bastante diferença no bem-estar do portador de Alzheimer e garante a segurança da família. Algumas atitudes que podem trazer esse conforto são: etiquetar objetos de uso diário (telefone, controle remoto, batom, perfume etc.), manter fora do alcance tudo o que for perigoso como remédios, produtos inflamáveis e objetos cortantes e deixar o gás de cozinha desligado quando não estiver sendo usado.

Outro ponto fundamental para quem tem uma pessoa com Alzheimer em casa é retirar todas as chaves das fechaduras das portas. “Isso é importante porque o paciente se tranca e esquece onde colocou a chave”, explica Hayra. A enfermeira orienta ainda manter espalhadas pela casa as fotos de família: do casamento, dos netos, dos pais (mesmo que já tenham falecido) para lembrar o paciente o tempo todo da sua história e dos momentos vividos.

Para garantir ainda mais a segurança é indicado avisar funcionários do condomínio e/ou vizinhos próximos quanto à condição do paciente para o caso de ele querer sair sozinho. “É interessante também ter sempre por perto uma lista com contatos telefônicos para que o paciente ou o cuidador consiga ligar em momentos de emergência”, complementa Hayra.

São muitos detalhes, sabemos, mas fique tranquilo (a) que aos poucos e com o auxílio de uma equipe especializada as coisas vão se ajustando a seu tempo. O que a pessoa que assume os cuidados precisa é não desanimar e estar atento (a) às demandas do familiar com Alzheimer.

Alimentação

A alimentação do idoso com Alzheimer é um fator muito importante para o equilíbrio do corpo e para retardar o avanço da doença, o ideal é que ela aconteça em pequenas porções a cada 3 horas. O principal ponto de atenção é a hidratação: é fundamental que o paciente ingira dois litros de água diariamente, pois a falta dela pode acarretar mais problemas para a saúde do idoso como constipação, boa seca, feridas na pele e a desidratação – que é um dos principais problemas enfrentados pelos idosos.

Alimentos ricos em ômega 3 como sardinha, salmão, oleaginosas, abacate, azeite de oliva e azeitona são fundamentais, pois essa substância auxilia na melhora do metabolismo e pode contribuir para o reforço da memória de longo prazo. Fontes de ferro e cálcio como as verduras verdes escuras (brócolis, couve, rúcula, espinafre, agrião etc.) também são um reforço significativo para a atividade cerebral.

A enfermeira Hayra alerta ainda para um detalhe pouco conhecido pelas famílias: a alteração no paladar do idoso que acontece com o avanço da doença. “O paciente vai ficando com um paladar infantil e vai negando alguns alimentos, não querendo mais aceitar legumes, verduras, etc”.  Nesses casos, ela orienta cozinhar esses alimentos e servir em forma de sopa batido no liquidificador, por exemplo, para que o paciente não veja e coma sem perceber, garantindo o aporte adequado de nutrientes.

Além disso, é bom reforçar a ingestão de alimentos ricos em antioxidantes como as frutas e vegetais alaranjados e vermelhos como cenoura, manga, mamão, mirtilo, morango, beterraba, açaí, ameixa, tomate, amora, goiaba, melancia, entre outros. As frutas cítricas como limão, laranja e acerola também são fontes significativas dessa substância.

Estímulos e atividade física

Além desses cuidados e de seguir o tratamento indicado pelo médico que o acompanha, é fundamental manter o paciente ativo, com o cérebro funcionando para retardar os efeitos da doença. Não há regras quanto à atividade a ser executada desde que o idoso esteja em movimento.

Segundo Hayra, uma análise da atividade exercida pelo paciente antes da doença deve ser o balizador para encontrar o estímulo mais adequado. “Se ele foi mais ativo fisicamente, então esportes, dança, atividades que envolvem uma maior queima de calorias ajudarão a se lembrar de quem foi, o mesmo vale para todas as áreas: matemática, artes, jogos de tabuleiro, fotografias, botânica, enfim, o melhor estímulo é aquele que leva o paciente para a lembrança do que é real, de quem ele foi e está guardado dentro dele”, orienta.

Quanto às atividades físicas, é preciso lembrar que pessoas com Alzheimer têm dificuldade de prestar atenção, então, exercícios que envolvam bola, com regras simples podem ser bastante eficientes. “Um bom jogo é a queimada de uma forma adaptada: quando jogamos a bola, devemos falar o nome de uma fruta ou de um animal e assim vai… estimulando o cérebro a prestar atenção em coisas diferentes ao mesmo tempo: o peso da bola, pra quem vamos jogar e o nome que vamos falar”, ensina Hayra.

Saúde do cuidador

Esse é um ponto pouco considerado por quem cuida de um paciente com Alzheimer. A pessoa fica tão focada em garantir a qualidade e os cuidados com o ente querido que acaba esquecendo de si, o que pode ser erro.  De acordo com a enfermeira Hayra, o ideal seria que o cuidador familiar fizesse terapia para que seus sentimentos fossem ouvidos, compreendidos e acolhidos, mas esse não é o único caminho.

Em alguns casos, pode ser interessante contar com ajuda especializada, pois, um cuidador profissional está apto não só a atender às demandas do idoso como também orientar a família na rotina com o paciente. “Ele pode ensinar a lidar com o perfil do paciente em horas de mais agressividade, por exemplo”, comenta Hayra.

Lembrando sempre que o paciente aceitará o profissional com menos resistência quando sentir que ele é parte da família, então, é importante que o cuidador participe das atividades da família, como as refeições, interaja com todos os membros, seja agradável e acolhido por toda a família.

4 respostas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Tem muito mais! Confira...

Descubra

Pesquisar

Assuntos

favicon-mc

newsletter

Fique por dentro!

favicon-mc
Inscreva-se e seja o primeiro a receber nossas novidades

Solicite e receba hoje mesmo uma Proposta do Nosso Plano Mensal

Entre em contato conosco e contrate a Mais Cuidar: empresa referência em cuidados domiciliares.
Este site usa cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência.
Reproduzir vídeo